sexta-feira, 26 de junho de 2009

Olívia tinha olhos verdes e cabelos pretos, sua mãe era "dona do lar", "mesmo minha casa sendo alugada", seu pai era funcionário público, mais precisamente secretário de escola. Seu sonho era ser médica e conhecer a Austrália. Roberto era alto e forte, sua mãe costurava para fora, seu pai era faxineiro de uma grande empresa, "um dia eu vou ser o dono da empresa". Seu sonho era conseguir um novo vídeo-game e um DVD erótico com uma mulher do último BBB. Antes, Roberto puxava o cabelo de Olívia e ela batia nele com a régua. Hoje caminham de mãos dadas pelo pátio da escola. Há um corredor que dá de frente para um prédio, lá eles ficam observando um grande jardim e as pessoas que moram no edifício. Um dia observaram uma empregada limpando uma casa no terceiro andar. "Vai olhando e aprendendo pra quando a gente se casar". Olívia tristemente sorriu, temia que aquilo fosse verdade.
A língua é machista, o papa é machista, vovó é machista, papai é machista, Monalisa é machista, vestido é machista.
Se eu fosse homem, queria ser professor e no último dia de aula fazer cuzcuz, levar pratinhos, cortá-lo e dar para meus alunos. Saberia varrer a casa e costurar.
Se eu fosse mulher, não rasparia os pelos, não usaria jóias, não saberia cozinhar, nem costurar...
"Arre estou fartA de semi-deuses!", eu quero SEMI-DEUSAS